sábado, 6 de junho de 2009

Responsabilidade Social X Responsabilidade Social Corporativa

As expressões "responsabilidade social" e "responsabilidade social corporativa", por vezes, possuem o mesmo significado. No site do Business for Social Responsibility (BSR), encontra-se a seguinte definição para responsabilidade social:


"Uma variedade de termos é usada - às vezes permutadamente - para abordar a responsabilidade social corporativa (CSR): negócios éticos, cidadania corporativa, prestação de contas corporativa, sustentabilidade. O BSR define responsabilidade social corporativa como 'alcançar sucesso comercial de maneira que honre valores e respeite pessoas, comunidade e o meio ambiente'. Nós também dizemos CSR que significa dirigir as expectativas legais, éticas, comerciais e outras para os negócios, tomar decisões que equilibrem razoavelmente as reivindicações de todos os stakeholders. Resumindo, é 'o que você faz, como você faz, e quando e o que você fala'."


Historicamente, pode-se dizer que a discussão sobre responsabilidade social iniciou-se com H. R. Bowen em 1953, que inspirou várias idéias novas sobre o tema quando escreveu uma obra sobre responsabilidade social do executivo. Em seu livro, ressalta a seguinte citação (1957):


"As decisões e ações do homem de negócios estão em relação direta com a natureza de nossa personalidade. Suas decisões afetam não só a ele próprio e aos seus acionistas, operários e fregueses - elas afetam a vida e a sorte de todos nós".


A empresa não é um ser isolado, já que faz parte de um sistema comunitário, e a sua ação no meio em que vive, ou em que está instalada, é sempre relevante. A empresa, fazendo parte desse sistema, não pode fazer aquele que quer, com a perpectiva de punição da sociedade, que pode levar à sua extinção, ou seja, a empresa não pode visar somente a geração de lucros para os proprietários e acionistas, mas a sua atuação deve ser responsável, pois afeta a comunidade local. Sobre essa afirmação, Bowen pergunta:


"Em face de sua posição privilegiada e de sua considerável autoridade para decidir, estarão os homens de negócios na obrigação de levar em conta as consequências sociais ao firmarem suas resoluções de caráter privado? No caso afirmativo, terão eles responsabilidades sociais que transcendam suas obrigações para com os proprietários ou os acionistas?"


Nos anos 60, nos Estados Unidos, com a insatisfação gerada pela guerra do Vietnã e pela discriminação racial, as igrejas, as universidades e outras organizações sociais exerceram pressão sobre as grandes empresas da época, levando-as a uma nova ética: a responsabilidade social. Seguiu-se então um período morno nos anos 70 e 80, em que as empresas estavam mais preocupadas com os retornos monetários de suas operações.


As maiores discussões sobre o assunto ocorreram no final da década de 1990, quando se torno necessária a definição do papel social das organizações. É evidente que o Estado não pode proporcionar o devido amparo aos mais carentes, o que fera mais pobreza e violência na sociedade. As instituições de caridade se movimentaram, diversas organizações não-governamentais foram criadas para suprir a falta do Estado na solução dos problemas. Mas e a empresa? Ela também não faz parte da sociedade? E os possíveis danos que elas causam ao meio ambiente não serão eliminados ou minimizados? A resposta pode ser dada por Gomes:


"Entretanto, com a crescente e assustadora degradação do meio ambiente, as empresas se viram obrigadas, pela pressão da sociedade, governos, associações de defesa do ecossistema, clientes, fornecedores, entre outros, a incorporar também, no seu planejamento estratégico, objetivos sociais, que envolvam, dentre outras coisas, o bem-estar da população na sua integridade".


Fonte: Responsabilidade Social das Empresas - A contribuição das universidades.

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